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Encontro Latino-americano, o que não houve

Organizado pela ClaNAT (Comissão Latino-americana de Naturismo), previsto para ocorrer entre os dias 12 e 14 de outubro e  ser protagonista também neste evento naturista internacional no México, o Encontro Latino-Americano de Naturismo não ocorreu de forma oficial.

por Pedro Ribeiro

Quando o X Encontro Latino Americano de Naturismo foi agendado em 2022 para ser realizado neste ano de 2024, inicialmente em março, depois transferida a data para outubro aproveitando a escolha do México para ser a sede do congresso Internacional da INF, ninguém podia prever que em outubro de 2023 o México instituiria exigência de visto de turismo para todos os países da América-Latina poderem entrar em seu território. Antes desta data qualquer turista oriundo de qualquer país latino-americano não tinha maiores problemas para entrar no país.

 

O problema da instituição de visto de entrada para turistas foi a exigência muito alta das condições para concedê-lo por parte das embaixadas e consulados espalhados pelo continente, principalmente na comprovação de renda pessoal muito superior à média salarial que a população recebe nestes países. Inclusive no Brasil. Essa política foi devastadora para as intenções dos representantes do naturismo destes países fossem realizadas. E devastadora também para concretizar a realização da décima edição do Encontro Latino Americano de Naturismo. Dois meses antes da data marcada para o início somente dois países haviam confirmado presença e nenhum deles era o Brasil, que também estava tendo dificuldades em obter a autorização de entrada.

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Desta forma somente os países que também tinham representação na Federação internacional de Naturismo insistiram e conseguiram os vistos e enviaram delegados para participarem presencialmente de todo o evento: o próprio México, óbvio, Brasil, que já eram países membros da INF há anos, e os estreantes Peru e Costa Rica. O delegado da Colômbia, outro país estreante na INF, participou das reuniões do Congresso virtualmente.

 

A dúvida sobre a participação ou não dos países membros da ClaNAT persistiu até bem próxima da data marcada de início. Apenas uma semana antes é que o X Encontro Latino-Americano de Naturismo foi cancelado.

 

Assim não houve quórum para realizar o evento oficialmente, mesmo tendo os quatro representantes dos países que conseguiram estar presente se reunido de maneira informal para discutirem questões relativas ao Naturismo nesta parte do continente americano, nenhuma decisão oficial pode ser tomada. Gustavo de La Garza, presidente da Federação Mexicana de Naturismo e Assessor da INF para as Américas, declarou “Tivemos alguns espaços para compartilhar alguns pontos de vista que na próxima assembleia virtual da CLANAT abordaremos em profundidade que podem nos ajudar a crescer ainda mais e melhorar dentro do naturismo na América Latina”

Fazem parte da ClaNAT Brasil, México, Colômbia, Peru, Costa Rica, Bolívia, Chile, Venezuela e Cuba. Argentina e Equador não têm mais representantes.

 

José Hernández, delegado da Costa Rica, país estreante nas assembleias do Congresso Internacional e um dos quatro países da América Latina presentes ao evento, deu uma pequena entrevista para o jornal OLHO NU, a qual transcrevo abaixo:

 

"Qual foi sua impressão desse primeiro congresso que você está participando?

Eu gostei muito dessa experiência aqui no México por encontrar tantas delegações, tantas federações de vários países que têm trabalhado por muito tempo, 20 30 anos, até mesmo por 40 anos, procurando defender o naturismo de suas cidades de seus países. E aqui para nós que estamos apenas começando é uma oportunidade ótima para aprender e conhecer as experiências deles e assim melhorar nossos países com legislações com leis que possam, sim, dar mais espaço para as pessoas celebrarem o naturismo com Liberdade com respeito e sem preocupações

 

Como você se sentiu aqui, se sentiu acolhido?

Sim, senti-me muito acolhido pela oportunidade de ficar em um povoado pequeno no México. Caminhar andar e falar com as pessoas que moram aqui, que tem essa abertura de mente para aceitar o turista que vem aqui para praticar o naturismo. É ótimo. É muito lindo ver as pessoas caminhando nua na praia, também ver as famílias com as crianças, com as bebidas deles, com artigos de artesanato e todo mundo na harmonia. Acho que é uma oportunidade muito boa para refletir e para replicar depois em nosso país

 

Como está o Naturismo na Costa Rica, atualmente?

É praticado por muito turistas, porque eles já têm essa mentalidade de tirar as roupas. Mas em Costa Rica, as praias são públicas e o governo tem o direito e o dever de cuidar, então nudismo público é proibido por ser considerado uma ameaça para as crianças. Então as pessoas que gostam de naturismo vão para as praias que são muito mais longe, não às praias mais centrais. Mas é uma prática que fica mais comum pouco a pouco e a gente está entendendo que não tem uma conotação invertida. É somente uma oportunidade de ficar em contato com a natureza, em harmonia, procurando o bem-estar.

 

Tomara que dê tudo certo para vocês. Que fiquem anos e anos dentro da federação.

 

Muito obrigado muito obrigado pela oportunidade"

 

Mark Von Echelpoel, delegado do Peru, o outro país estreante no evento, disse:

“estou aprendendo um pouco mais, me adaptando ao modo de organização, já que é primeira vez que participo, aliás, que meu país participa. Toda essa organização democrática me parece muito boa. Me senti muito bem por estar aqui, neste lugar,  Zipolite, Muito bonito, muito especial. Nada com o que se preocupar, principalmente com as roupas. É um grande congresso. É bastante bonito é muito organizado. uma total realização. 

(enviado em 28/10/24)

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