Tambaba Open com ondas fracas no primeiro dia de competição
por Richard Pedcini
O primeiro dia do 15º Tambaba Open de Surf Naturista teve poucos concorrentes e ondas fracas, com a vitória na categoria Local para Hellington “Rato”, conquistado numa única bateria de 25 minutos em que Marlison José ficou em segundo lugar, Willians da Silva em terceiro, e Anderson Ferreira em quarto lugar.
Os quatro são qualificados para concorrer para o “Expression Session” no domingo, e os quatro também pretendem concorrer na categoria Open, que, como a Local, tem como prêmio uma nova prancha WM.
A esperança ontem foi que outros se juntariam aos dez já inscritos; no final da reunião técnica os juízes tinham montado duas baterias de quatro competidores cada; mas no final acabaram sendo somente quatro. Ainda, foi preciso atrasar o início para que Rato, que esperava estar na segunda bateria, fosse buscado lá na Arca do Bilú.
A solução encontrada foi uma “grande final”, uma única bateria de 25 minutos, com as duas ondas melhores de cada surfista contado para determinar o resultado.
Rato, de camisa verde, liderava desde o começo da bateria. Ele manteve a liderança apesar de perder a prancha duas vezes – ele “detesta o lepas” - a corda elástica que segura a prancha ao tornozelo do surfista - e não usa. O formato diferente (duas ondas e 25 minutos, em vez de três ondas e 15 minutos) diminuiu o efeito da perda de tempo, e uma manobra com um giro de 360° a dez minutos do final, assegurou a vitória.
Ondas fracas
Nenhum dos competidores estava muito satisfeito com as ondas.
Rato descreveu as ondas como “Balançando muito, difícil mesmo. Não tem forma, a maré é baixa. Vi melhorar quando a maré estava mais cheia.”
Depois da competição, Willians, já deixando a praia, disse, “As ondas não estavam muito boas, não, estavam muito mexidas. Só mais tarde entraram melhores.”
Porém Wagner da Federação Paraibana de Surf discordou, dizendo que a bateria “aconteceu no melhor momento. Depois, poderia ter tido boas ondas, mas que acabariam muito rápidas.”
A hora da cheia da maré domingo é depois do por do sol, e não se pode esperar ondas muito melhores do que no sábado.
Juízes são os mesmos desde a primeira edição
Os oficiais da Federação Paraibana de Surf que julgam a competição são os mesmos desde a primeira edição do Tambaba Open. São Ibevan Oliveira de Freitas, Wagner Oliveira, Oscar Manuel, e Nílson Marinho. A experiência é uma qualidade bastante desejável em árbitros.
A competição foi narrada por Wagner de Oliveira da Federação Paraibana de Surf, que destacou a longevidade dos competidores. Rato participa da competição desde a primeira edição, como também Marlison José, que Wagner lembrou “é sempre entre os quatro melhores.” Willians ganhou a categoria local, e a prancha WM, ano passado.
Tantos veteranos em um esporte tão popular entre jovens, sugere uma falta de renovação entre as quadras do Tambaba Open. A reportagem lembra de Anderson do Bololó, que participou do Open quando menor, uma vez e nunca mais,
sendo encontrado vários anos no fim de semana da competição trabalhando como garçom nas barracas na parte de fora da praia (este ano ele está fazendo o mesmo serviço no Coquerinho.)
O problema não é falta de surfistas locais, pois subindo da praia depois da competição, mais de vinte surfistas poderiam ser vistos na Praia de Arapuca, ao lado – que não é naturista. Ainda, a faixa da Tambaba Open ao lado da descida para Arapuca estava rasgada, ou pelo vento, ou por algum desafeto.
A presença de oficias experientes é um ponto positivo. Porém, com o corpo de competidores reduzido este ano para apenas quatro, suficiente para compor somente uma bateria, comprova que o Tambaba Local precisa de novos atletas para sobreviver.
Quem é “Local”?
Os quatro que participaram na categoria Local pretendem todos participar amanha na categoria Open.
Conforme Wagner, “Quem é local é quem surfa aqui, em Tambaba, Arapuca, ou Coqueirinho, ou quem mora em Conde. Os atletas resolvem entre si quem é local.”
O regulamento define, “Local – Categoria destinado ao residente de Conde/PB, não ranqueado em circuitos oficias e sem limite de idade.” A qualificação, ou desqualificação, “não ranqueado em circuitos oficiais” tem um alvo claro, o imbatível Reginaldo Filho, fora do competição este ano por um acidente de moto. A categoria Open não inclui esta cláusula, deixando uma porta aberta para o ano que vem.
Ano passado, Douglas Andrade, apesar de trabalhar na Arca do Bilú não mora no Conde, foi considerado não “local”, talvez por ter participado como “local” em outro campeonato no estado.
Open, Expression Session e premiação amanhã (domingo)
A programação de domingo inclui a categoria Open, para qual são esperados mais competidores. Os quatro de hoje participarão. Douglas Andrade é esperado, mas sua participação depende do movimento na Arca do Bilú: um funcionário mudou para um novo emprego, e sua substituta não teve tempo ainda para pegar o ritmo.
A necessidade de ganhar a vida pesa em todos os atletas do Conde, onde os empregos em hospitalidade pagam um salário mínimo. Willians, que competiu hoje e competirá amanhã, foi visto depois da bateria de hoje, pilotando o quadriciclo em que leva turistas para ver Tambaba.
Dois dos irmãos Meira (Ulysses só chega amanhã) chegaram na hora do final de sábado, e foram experimentar as ondas depois. Como outros surfistas que presenciamos fora da competição, escolherem o lado mais para o sul da praia, em vez de em frente da tenda dos juízes. Porém até os experientes Meiras conseguiram poucos momentos bons nas ondas de sábado.
Outros chegarão, ouvimos de vários organizadores que as inscrições estavam chegando perto do limite de 16 competidores na categoria Open. Mas domingo saberemos.
O Expression Session inclui os primeiros quatro competidores do Open e Local, concorrendo para a manobra melhor. Depois, os vencedores receberão troféus e brindes, com uma prancha nova WM para os vencedores de Open e Local.
(enviado em 7/09/24)