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O DJ municipal

Por Richard Pedicini

O naturismo luta pela tolerância do governo, mas o apoio oficial acaba ficando geralmente nos sonhos. Os guarda-vidas do Corpo de Bombeiros passaram na praia várias vezes durante o dia. Ao entrevistar o DJ que animava a som entre os anúncios oficiais, ficamos surpresos em descobrir que ele era funcionário municipal, e dando expediente. 

 

Jailson disse que é a sua primeira vez cuidando do som do Tambaba Open, ainda que tenha feito DJ em outros campeonatos, e prefere, “mais este estilo de reggae e rock para surf.” 

 

Ele informa que o Secretário disse que “era opção minha usar roupa ou não. Meu chefe falou que se eu quisesse, poderia tirar roupa.” A sua opção foi a de manter calça e camisa.

 

Para Jailson, é seu primeiro evento em Tambaba, ainda que “não é minha primeira vez na praia. No início, se poderia ficar de roupa em Tambaba, era opcional.” 

 

Junto com Jailson está seu chefe, Noaldo Nery, gerente de eventos da prefeitura, que estava cuidando de três eventos hoje – ele deixou Jailson de manhã, e voltou à tarde. Os equipamentos de som, ele informa, são da Prefeitura. 

 

Noaldo observou que a corrida que aconteceu ano passado, no mesmo fim de semana do Tambaba Open, envolveu muito mais pessoas, “trazendo 1200 pessoas de fora para Conde. Brasil está na fase de saúde” que dá importância para um esporte como a corrida. 

 

Sobre Tambaba, ele disse que “muitos vêm de curiosidade. Eles acham que é algo sexual, mas ficam desapontados.” 

 

Noaldo contou uma das suas experiências em Tambaba durante os 16 anos que ele trabalhou no PBTur, a empresa estatal que promove turismo na Paraíba. Um dos seus trabalhos foi de preservar pegadas de dinossauro no município de Souza. “Pessoas eram muito empolgadas, e andavam em cima das pegadas de dinossauro, ou tentavam tirar um pedaço. Colocamos pontes por cima para pessoas andarem, sem pisar direto nas pegadas.”

 

Por conta disso, ele foi chamado quando um fóssil de dinossauro foi descoberto em Tambaba. “Só dava para chegar na maré baixa, a pé. Fomos saindo com este fóssil de 450 quilos e no estacionamento estava o prefeito, o mesmo que nos chamou, e dois carros de polícia, dando voz de prisão” para evitar que o dinossauro de Tambaba fosse levado para João Pessoa. Porém, uma paleontóloga examinou o fóssil, e disse, “pode ficar com ele, é do rabo de uma baleia.”

 

Agora, com 72 anos, Noaldo afirma, “Eu faço o que eu gosto.”

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(enviado em 7/09/24)

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